top of page

Quando regozijei das entranhas do meu pensamento, entrei em contato com o belo e o inútil. Eu exprimi de uma forma diferente, tudo que nascia de mim, para mim mesmo. Usei a ferramenta mais próxima, as palavras. Principalmente aquelas que ecoam de uma fúria sentimental.
Neste processo da pena para o papel, algo nasceu, cresceu e amadureceu. Transformando a dor, em experiência, esforçando minhas decisões no campo de algo além da minha visão. Por muito tempo, carreguei coisas indevidas, meu linguajar era revoltoso e, minha mente um segredo. Era como se a luz do meu coração tivesse-se apagado, afogando no rio, minha alma! Acordei pelo furacão da humanidade, meus olhos foram expostos, fazendo assim, uma chuva cair sobre minha cabeça, deslizando pelo meu corpo, e, pingo por pingo se esvaíra pela terra pisada do homem. Depois deste incidente, cacei os poetas e os letrados do amor. Desta voracidade, deparei com eles, meus personagens.
Eles afirmaram que me procuraram, aliando mente e razão no mesmo ponto. Insistiram tanto, que mesmo eu não querendo, não desistiram. Aproveitaram para expressar, que sozinho, percorria na trilha da decadência, um buraco fundo e mal visto pelo mundo. Portanto, alimentaram meu estado vital de vocabulários para sobreviver. Aqueceram o frio da minha boca, para resplandecer uma flor. Disseram que antes de iniciar nossa narrativa, deveria quebrar as correntes, superar a solidão e vencer as derrotas. Somente com esta ação, o enredo seria embrulhado.
A história que foi criada em seguida, não se baseia na ação de indivíduos, sim, de um coletivo de almas gritantes por algo melhor. Caminhei em direção ao vento, buscando direções que trouxesse alguma verdade. Destes caminhos, surgiram personagens que ganharam mais do que uma oportunidade para se expressarem, conquistaram uma existência!
As nossas vidas ficaram ligadas por laços entreabertos e entrefechados, tendo como referência, o amadurecimento de cada um. Eu acredito neles, e eles, acreditam em meu ser. Por mais distante que estamos, da realidade para o ficcional, enxergo e coloco todos no drama do que é viver.
Neste trabalho, não largarei a mão de ser ficcionista, pois, estou tecendo uma obra para imortalizar minha alma. Todavia, sei da dificuldade de difundir algo. Mas acredito nos personagens que estarão sendo apresentados a vocês. Todos são distintos, tendo uma expressão peculiar para cada emanação do desejo.
Cada página criada foi exposta uma gota de sangue. O odor de cadáveres reluz uma história mundial, inflando meu peito, a se tornar essencial para continuidade deste projeto. A narrativa não foi proposta por este autor. Ela foi idealizada pelos personagens e, para os personagens. Desta vez, não será apagado do mapa, os rastros destes vultos. Uma conexão foi aberta, espero que o Anjo sem asas deixe claro que a pureza do homem não está morta. Que o João Alguém motive seus objetivos apenas com a verdade. Que o Garçom impressione com sua dureza e ternura. Que o Gato Ingrato deixe claro que é possível voar, vivificando sonhos. Que o Profeta encoraje suas ações. Que o Carteiro das Lamentações possa responder todas as suas angústias.
Agora espero, que estas personalidades possam se aproximar de cada leitor, como se aproximaram de mim.



Carlos Monteiro, em Agosto de 2012.

Começo

Regozijo

Do Amor

bottom of page